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Enderson Moreira reassume o Goiás e passa a limpo saída polêmica em 2013

Técnico abre o jogo sobre temas pendentes como a relação conflituosa com Harlei, a cirurgia na reta final da Série A e a perda da vaga na Libertadores naquela temporada


Enderson Moreira, coletiva, Goiás (Foto: Rosiron Rodrigues/Goiás E.C.)Enderson Moreira volta a comandar o Goiás após dois anos (Foto: Rosiron Rodrigues/Goiás E.C.)
Muito do que Enderson Moreira fez na primeira passagem pelo Goiás veio à tona novamente na tarde desta terça-feira, na segunda apresentação do mineiro de 44 anos como técnico esmeraldino. De volta ao Alviverde após duas temporadas, o comandante foi sabatinado sobre o futuro do clube, mas também se viu em meio a tópicos pendentes, como a relação conflituosa com Harlei, a cirurgia que o tirou da última rodada da Série A e a perda da vaga na Libertadores, ambas em 2013.
Com contrato de um ano, Enderson falou também do desafio de reerguer o Goiás em 2016. Assim como em 2011, quando assumiu o time abalado pelo rebaixamento, o treinador, bicampeão goiano, tem pela frente uma nova Série B, competição que conquistou em 2012. Reformular o departamento de futebol ao lado do diretor executivo Felipe Ximenes é ponto crucial na nova missão, que começa com certa pressão após ano trágico para o clube.

- É um prazer imenso falar novamente com o torcedor esmeraldino. Sei da grandeza do Goiás e do tamanho do desafio que é colocar o time na Série A, local que é o espaço do clube no futebol brasileiro. Que esse rebaixamento possa servir de lição. Estamos aqui para colaborar da melhor maneira na parte técnica, que é minha função. Espero ter sucesso nessa missão, que será difícil.
Confira os principais temas da coletiva:

Conflito com Harlei

- Impossível entrar aqui sem falar do Harlei. Se você me perguntar se tive problema com ele, vou falar que nunca tive. Se ter problema é tirar um jogador e ele ficar chateado, aí sim, isso eu tive dezenas de vezes. Tirei ele do time em 2013 porque via que outro atleta (Renan) estava melhor e tinha ultrapassado a capacidade técnica do Harlei naquele momento. Fiz porque era necessário dentro do elenco. Foi uma decisão extremamente difícil, mas não posso fugir da minha responsabilidade como técnico. Tenho um compromisso claro com o Goiás. Conversei com a comissão, os preparadores de goleiro, e tinha a convicção de que o Renan estava melhor.
Cirurgia na reta final da Série A
- Foi uma recomendação médica. Não foi algo que eu fiz para passar férias em Orlando (EUA) ou em Minas Gerais. Não houve nada disso que falaram. Disseram uma mentira atrás da outra. Segurei até onde foi possível. Depois disso, não teve como adiar mais a cirurgia. Era algo importante para minha vida. A gente vinha conversando muito sobre a possibilidade de uma cirurgia, de fechar essa abertura para não ficar dependente dos remédios para o resto da minha vida. Chegou num ponto que o doutor. Sergio falou que tinha de fazer, porque o médico só poderia fazer na segunda-feira posterior ao penúltimo jogo nosso. Foi a data que a gente teve de fazer.
Reformulação do elenco
- Montamos em 2012 um time para disputar a Série B, mas com perfil de Série A. Queremos um time com jogadores que possam nos servir de base para 2016. Esse é o nosso pensamento a partir de agora. Não tem esse negócio de jogador indicado por Enderson Moreira ou por Ximenes (Felipe, diretor executivo de futebol). É jogador do Goiás.
Copa Verde
- O Goiás está se reformulando agora. Acho que foi uma medida importante não aceitar participar da Copa Verde neste momento. Claro que engrandeceria e muito a competição, mas para o clube talvez não desse um retorno interessante e que fizesse valer a pena.
Walter em pauta?
- Meu sonho é sempre trazer jogadores de grande qualidade. É o caso do Walter. Esse ano ele jogou muito bem no Atlético-PR e teve grandes feitos no Goiás. Lamento que ele não tenha participado da semifinal da Copa do Brasil e das rodadas finais da Série A em 2013.
Goiás no cenário nacional
- A gente não pode ter o projeto de, nos próximos dez anos, fazer o Goiás campeão do mundo, mas fazer dele uma equipe que vá sempre estar entre as 10 primeiras, muitas vezes entre as quatro e talvez em primeiro lugar dentro desse período. Pode ser um bom projeto nos próximos anos.
Grêmio, Santos, Furacão e Flu: trabalhos curtos
- Não é um problema apenas do Enderson. Quantos técnicos iniciaram e terminaram a Série A no clube? Só o Tite. É um problema cultural do futebol brasileiro. O treinador tem pouco tempo.